sexta-feira, 16 de julho de 2021

Centiloquium Ptolomei - Os Cem Aforismos de Ptolomeu

 


1. Abs te & à Scientia, a partir de Vós e da ciência; pois é impossível que o Artista possa prever a ideia específica das coisas; tampouco podem os sentidos receber uma noção particular, mas apenas geral, da questão sensível; pelo que ele deverá usar a conjectura, pois ninguém pode prever os particulares a não ser aquele que está inspirado.

2. Quando aquele que faz a pergunta a considerar melhor, verificará que há pouca diferença entre a coisa perguntada e a ideia dela na sua mente. 

3. Aquele que deseja estudar qualquer arte, tem na sua natividade, indubitavelmente, alguma estrela da mesma natureza muito bem fortificada.

4. Aquele cuja mente tenha uma natural inclinação para qualquer ciência alcançará maior perfeição nela do que alguém que se esforce arduamente e se afadigue no estudo para a alcançar. 

5. Aquele que for hábil nesta ciência pode evitar muitos dos efeitos das estrelas, quando conhece as suas naturezas, e diligentemente se prepara para receber os seus efeitos. 

6. Uma eleição de dias ou horas torna-se eficaz quando concorda com a natividade, pois de outro modo, a eleição, mesmo que seja bem feita, não trará proveito.

7. Ninguém pode conhecer as misturas das estrelas a não ser que conheça primeiro as suas naturais diferenças e as misturas de uma com a outra.

8. Sapiens, um homem sábio coopera com as operações celestiais e ajuda a natureza, tal como o lavrador ao arar e preparar o solo.

9. As formas que são geradas e corrompidas, estão sujeitas aos corpos celestes e são movidas por eles; portanto, aqueles que criam imagens fazem uso delas, observando quando os planetas entram nessas constelações e formas.

10. Na eleição de dias e horas, as duas infortunas são muito úteis e têm que ser usadas como o médico usa o veneno, habilmente, para a cura do ser humano.

11. Não façam qualquer eleição de dias e horas antes de conhecerem a qualidade da coisa pretendida.

12. O amor e o ódio provocam erros no julgamento, pois o afecto aumenta as ninharias e a inveja abusa igualmente das coisas importantes.

13. Quando a posição do céu significar que qualquer coisa terá lugar, fazer uso no assunto dos dois malévolos, Saturno e Marte, mesmo que na natividade não fossem amistosos.

14. O Astrólogo mergulha em muitos erros quando a cúspide da sétima e o seu regente estão desafortunados ou afligidos.

15. Os ascendentes dos inimigos de um reino são aqueles signos que declinam do ascendente do reino. Os ascendentes dos amigos de um reino são os signos dos ângulos e os signos que se seguem àqueles ângulos; o mesmo é de considerar no início de opiniões cismáticas.

16. Quando planetas benevolentes regerem a oitava casa, aquele que nascer nessa altura sofrerá danos vindos de pessoas boas, mas se esses planetas estiverem bem afectados, o contrário acontecerá.

17. Quando forem dar o vosso julgamento a respeito da duração da vida de um homem idoso, não dêem julgamento antes de terem considerado quanto tempo poderá viver, de acordo com a sua natividade, i.e. considerando o Hyleg, o Alcocoden e as direcções assassinas.

18. Quando ambos os luminares estiverem no mesmo grau e minuto de um signo, no momento do nascimento de qualquer pessoa, e um planeta benevolente estiver no horóscopo, a pessoa que nascer nesse momento será afortunada em todos os seus actos. O mesmo acontecerá se as duas luzes se contemplarem entre si por oposição a partir da primeira e da sétima, qualificadas como anteriormente; mas, se uma infortuna estiver no horóscopo, julgar o contrário.

19. Quando a Lua está em conjunção com Júpiter e nessa altura for tomado um medicamento purgativo, este toma-se inválido e ineficaz.

20. Não se toque em qualquer parte do corpo com um instrumento para retirar sangue quando a Lua estiver no signo que governa esse membro.

21. Quando a Lua estiver em Virgem ou em Peixes, e o regente do ascendente em aspecto a um planeta sob a Terra, ajuda muito à actuação do medicamento purgativo; mas, se ela estiver em aspecto a um planeta acima da Terra, o paciente será sujeito ao vómito.

22. Não se corte nem se vista uma roupa ou um fato novo se a Lua estiver em Leão; e se ela aí estiver desafortunada, será ainda pior.

23. A Lua em aspecto ou conjunção com os planetas toma o nativo vacilante na sua disposição; e se esses planetas estiverem fortes, será activo e ágil; mas se estiverem fracos, indolente e incapaz.

24. Um eclipse de qualquer dos luminares nos ângulos de uma natividade ou revolução anual é prejudicial; mas a hora dele é tomada da distância entre o grau a ascender e o grau do eclipse e, tal como num eclipse solar tomamos para cada hora da sua duração um ano, assim também para um eclipse da Lua, tomamos para cada hora um mês.

25. Façam com que o M.C. e qualquer significador perto dele seja dirigido pelas tábuas de ascensão recta, mas no horóscopo pelas tábuas de ascensão oblíqua sob a elevação do nascimento.

26. Qualquer coisa sobre que se pergunte é muito obscurecida quando o planeta que significa o assunto está combusto, sob a Terra, ou numa casa nefasta do céu; mas o assunto toma-se extremamente evidente quando esse planeta está a ir das suas debilidades para as suas dignidades, e para a sua própria casa.

27. A parte do corpo que é governada pelo signo em que se encontra Vénus no nascimento é proporcionalmente torneada e belamente formada; entenda-se o mesmo sobre os outros planetas.

28. Se não conseguirem colocar a Lua (nas eleições) em boa configuração com dois planetas, façam com que fique perto de alguma estrela fixa da natureza de que deveria ser o planeta.

29. As estrelas fixas (quando designam apenas promoções) dão admiráveis e incríveis promoções, que geralmente terminam em incrível miséria.

30. Considerem bem a coroação do primeiro rei de qualquer país ou religião, se o ascendente a coroação concordar com o ascendente daquele que tem esperanças de lhe suceder, ele suceder-lhe-á nesse reino.

31. Quando o significador de um reino for dirigido aos pontos anaréticos, o rei ou algum grande príncipe nesse reino morrerá.

32. Um aspecto amistoso das estrelas contribui muito para a amizade de duas pessoas; mas a qualidade da coisa em que concordam é conhecida pelas suas natividades.

33. A partir da concordância dos luminares e dos horóscopos de duas pessoas, conhecese o amor e o ódio entre eles; e os signos chamados obedientes aumentam a amizade.

34. O planeta que tiver a maioria das dignidades no lugar da Lua Nova, se nessa altura estiver angular, governará os assuntos principais desse mês.

35. Quando o sol transitar o lugar de qualquer significador principal (no ingresso) dá então a esse planeta força e poder para alterar o ar.

36. Nas fundações das cidades, tenham respeito pelas estrelas fixas; mas na construção das casas observem apenas os planetas, e as cidades que, na sua fundação, tinham Marte no seu M.C., os seus príncipes morrem geralmente pela espada.

37. Aqueles que têm os signos de Virgem ou Peixes a ascender, alcançarão honra e reputação através da sua própria indústria; mas aqueles que têm Carneiro ou Balança a ascender serão a causa da sua própria morte; o mesmo pode ser também observado noutros signos.

38. Quando Mercúrio estiver em qualquer das casas de Saturno na natividade de qualquer pessoa, e forte, o nativo tem grandes talentos naturais; capaz de aprender qualquer coisa; mas se estiver em qualquer das casas de Marte, dá então ao nativo uma língua eloquente, e isto dá-se especialmente em Carneiro.

39. Se a casa onze estiver desafortunada na coroação de qualquer rei, significa que os criados da sua casa serão pobres; mas se a segunda casa estiver desafortunada, ameaça os seus súbditos com prejuízos no seu património.

40. Quando o ascendente está sitiado pelos corpos ou raios malignos das infortunas, o nativo deleitar-se-á em actos vis, e os perfumes fedorentos serão os mais gratificantes para o seu olfacto.

41. Quando derem início a qualquer viagem, certifiquem-se que a oitava casa e o seu regente não estão desafortunados; mas no regresso, prestem atenção à segunda casa e ao seu regente.

42. Uma doença ou enfermidade começando quando a Lua está num signo em que uma infortuna se encontrava no radix, ou em sua quadratura ou oposição, provará ser muito grave, e se ela estiver nessa altura em mau aspecto a uma infortuna, será perigosa; mas, se na altura em que se fica doente, ela estiver sobre o lugar radical de uma fortuna, não haverá perigo.

43. Os aspectos maléficos de uma nação ou reino sobrepõem-se aos aspectos temporais contrários, visto eu os entender assim: Que nas predições gerais, o destino do reino deve ser considerado primeiro, -depois o das cidades, opiniões, etc. Por fim, os dos seres humanos, o principal dos quais é a natividade do príncipe daquele país a ser considerado.

44. Ao levantar uma figura na decumbitura, se for contrária à do radix, a pessoa doente estará em perigo, especialmente se nenhum bom planeta ajudar.

45. Aquele que tem os principais regentes da sua natividade fora dos signos humanos, não será sociável com a humanidade.

46. Grande felicidade é prometida nas natividades a partir das estrelas fixas, e a partir do ângulo da conjunção anterior, e a partir do grau da Parte da Fortuna, quando o grau ascendente no nascimento sucede ser o mesmo.

47. Quando, na natividade de qualquer pessoa, um planeta maligno estiver colocado onde uma fortuna se encontrava na natividade de outra pessoa, aquele que tiver a fortuna assim colocada, sofrerá prejuízo a partir da outra.

48. Quando o M.C. da natividade de um rei for o ascendente de um súbdito, ou os principais regentes estiverem em boas configurações, eles permanecerão inseparáveis; julgar o mesmo quando a sexta casa de um criado for a mesma do seu amo.

49. Quando o horóscopo de um súbdito estiver a culminar na natividade do seu príncipe, o seu senhor instrui-lo-á de tal forma que será governado por ele.

50. Não se esqueçam das 119 conjunções dos planetas, pois é delas que é conhecida a gestação e a corrupção das coisas no mundo.

51. Seja qual for o signo em que se encontra a Lua no momento do nascimento, façam desse signo o ascendente na concepção, e no signo em que ela se encontrar na concepção, façam dele ou do seu oposto o ascendente no nascimento.

52. Os regentes das natividades dos homens altos estão nas suas sublimidades, e os seus horóscopos nos inícios dos signos; mas nas natividades dos homens baixos, podem ser encontrados nas suas quedas, e considerem também se os signos a ascender são de longa ou curta ascensão.

53. Os regentes das natividades dos homens magros não têm nenhuma latitude; mas dos homens gordos têm-na; se a latitude for Sul, o nativo é mais ágil; mas se for Norte, é mais lânguido e inerte.

54. Quando o principal significador nos edifícios estiver ligado a planetas sob a Terra, estes dificultam a erecção do edifício.

55. A nefasta influência de Marte contra navios é muito diminuída quando não está colocado na décima nem na décima primeira casas do céu; pois em qualquer destes lugares destrói o navio, mas se uma estrela fixa da natureza de Marte estiver no ascendente, o navio será incendiado.

56. Desde a Lua Nova até à Cheia, a humidade e a seiva dos corpos aumenta; mas da Lua Cheia até à Nova, diminui.

57. Mudem de médico quando a sétima casa e o seu regente estiverem afligidos.

58. Considerem o lugar da conjunção, em que parte do céu cai a partir do ascendente do ano; pois quando a profecção chegar a esse ponto, o acontecimento surgirá.

59. Não julguem precipitadamente que a pessoa ausente está morta, antes de considerarem se não estará bêbado, nem digam que sofreu um ferimento antes de inquirirem se não terá sido sangrado; nem julguem que ele encontrará um tesouro escondido antes de terem investigado se ele não terá aceitado recentemente alguma coisa como penhor; visto as figuras de todas estas perguntas serem tão parecidas.

60. Ao julgar o estado de pessoas doentes, observem os dias críticos e o lugar da Lua nos ângulos de uma figura de 16 lados; pois se esses ângulos estiverem bem afectados, tudo correrá bem com o doente; mas se estiverem afligidos, julguem o contrário.

61. A Lua significa as coisas que pertencem ao corpo, porque são as mais parecidas com ela, conforme a sua natureza.

62. Se começarem o vosso trabalho a partir do minuto da conjunção, poderão dar julgamento a respeito da mutação do ar naquele mês; pois, conforme for a natureza do principal regente do ângulo de qualquer figura, assim será o efeito que terá; pois esse planeta superintenderá a constituição do ar. Considere-se também, além destas coisas, a estação do ano.

63. Quando Saturno e Júpiter chegarem a uma conjunção, verificar qual deles está mais elevado, e julgar em conformidade com a sua natureza; fazer o mesmo na conjunção dos outros planetas.

64. Quando tiverem considerado o regente da pergunta, verifiquem qual é a dignidade essencial que ele tem na revolução do querente, ou no ascendente da Lua Nova anterior, e julgar em conformidade.

65. Na conjunção menor, a diferença da média, e na conjunção média a diferença da maior. Se Ptolomeu refere o sentido deste aforismo ao anterior ou se fala dele directamente, para que seja entendido por si só, não sei; e por isso deixo-o assim.

66. Não usem nenhuma profecção sozinha, mas considerem também a concordância das outras estrelas, quer estas confiram, quer subtraiam.

67. Os anos do nativo são diminuídos por causa da imbecilidade do dador da vida.

68. Quando um planeta malévolo está oriental, significa dano externo para o corpo; mas quando está ocidental, significa doenças.

69. Quando a Lua estiver em oposição ao Sol, perto da, estrelas fixas Nebulosas, o nativo sofrerá danos na sua visão; mas, se a Lua estiver na sétima casa, e Saturno e Marte no horóscopo, e o Sol num ângulo, será cego.

70. Aqueles que adivinham através de uma espécie de fúria ou ira, não têm Mercúrio em conjunção com a Lua nas suas natividades, nem nenhum deles se encontra nos ascendentes daqueles que são demoníacos; nas natividades desses homens, de noite Saturno ocupa esse ângulo, mas de dia Marte, especialmente em Caranguejo, Virgem ou Peixes.

71. Quando as duas luzes estiverem em signos masculinos nas natividades dos homens, os seus actos surgirão de acordo com a sua natureza; mas nas natividades das mulheres, estas coisas são mais ampliadas; julgar o mesmo de Marte e Vénus, pois estando eles orientais, tornam o nativo mais varonil; mas ocidentais, mais efeminado.

72. As coisas que dizem respeito à educação do nativo devem ser deduzidas dos regentes da triplicidade e do ascendente; mas o que diz respeito à vida deve ser deduzido dos regentes da luminária condicional.

73. Se o Sol estiver com Caput Algol e não estiver aspectado por um planeta benevolente, ou um planeta benevolente na oitava casa, e o dispositor da luz condicional (que é a luz do momento) estiver em quadratura ou oposição a Marte, aquele que nascer desse modo será decapitado; mas se aquela luz estiver a culminar, ou estiver na décima casa, o seu corpo será ferido; se esta cópula se der em Gémeos ou Peixes, as suas mãos e pés serão cortados ou feridos.

74. Aquele que tiver Marte no seu horóscopo, terá seguramente uma cicatriz no seu rosto.

75. Quando o Sol está ligado ao regente do ascendente em Leão e não tem nenhuma dignidade no ascendente e não há nenhum planeta benevolente na oitava casa, aquele que assim nascer será queimado.

76. Saturno no M.C. em oposição à luz do momento, e um signo terreno na cúspide da quarta casa, o nativo perecerá devido à queda de um cavalo ou de alguma coisa lá do alto; mas se um signo aquático estiver na quarta, afogar-se-á; se um signo humano estiver na quarta, será assassinado ou enforcado; mas se um planeta afortunado estiver na oitava casa, correrá perigo devido a estas contingências, mas conseguirá escapar-lhes.

77. Dirijam o ascendente para as coisas que dizem respeito ao corpo, a Parte da Fortuna para as coisas externas; a Lua para as coisas tanto do corpo como da mente; o M.C para as acções, magistratura ou profissão do nativo.

78. Muitas vezes um planeta opera naquela parte do céu em que não tem qualquer dignidade, dando ao nativo riqueza inesperada, a qual pensa-se ser resultante dos antíscios dos planetas.

79. Aquele que tiver Marte na sua casa onze ao nascer, nunca prevalecerá contra o seu amo.

80. Quando Vénus está ligada a Saturno, tendo ele domínio na sétima casa, aquele que nascer nessa altura sentir-se-á desejoso de coito sórdido.

81. Os acontecimentos futuros são revelados de sete maneiras diferentes: Primeira, pela distância dos dois significadores. Segunda, pelos seus aspectos uns aos outros. Terceira, pelo seu progresso um ao outro. Quarta, pela distância entre eles ou de um deles em relação ao lugar que significa a coisa desejada. Quinta, pelo pôr da estrela que ajuda ou dificulta o assunto. Sexta, pela mutação do principal significador. Sétima, pela entrada de um planeta nas suas próprias dignidades.

82. No julgamento, quando as coisas estão igualmente equilibradas, então levem em consideração o ascendente da Lua Nova ou Cheia e, se isso for também igual, deferir o julgamento nessa ocasião.

83. A hora em que qualquer pessoa implora alguma coisa do rei mostra a afeição entre o rei e o suplicante; mas a hora em que é conferida mostra a incompetência da acção que dela depende.

84. Quando Marte é o regente do ascendente na hora em que se toma posse de qualquer coisa e está na segunda, ou ligado ao regente da segunda, dá grande prejuízo e perda.

85. Quando o regente do ascendente está em aspecto com o regente da segunda, o príncipe consumirá muito tesouro por sua própria iniciativa.

86. O Sol é a fonte do vigor vital, a Lua do natural.

87. As revoluções mensais são concluídas em 28 dias, duas horas e 1 minutos; no entanto, alguns julgam essas coisas a partir dó progresso do Sol, quando ele chega ao mesmo grau e minuto em que se encontrava no princípio do mês.

88. Quando dirigimos a profecção da Parte da Fortuna para a totalidade da revolução do ano, tomamo-la do Sol para a Lua, e projetamo-la a partir do ascendente.

89. Aquilo que diz respeito ao avô é requerido da sétima casa mas, para o tio, recorram à sexta.

90. Quando o principal regente contempla o ascendente, a coisa que permanece por descobrir é da natureza do ascendente; se não contemplar o ascendente, a sua qualidade será de acordo com a natureza do lugar em que o regente do horóscopo se encontra, o regente da hora mostra a cor da coisa, o lugar da Lua a idade, pois se estiver acima da terra, indica que a coisa é nova, mas se estiver abaixo, é velha; a Parte da Fortuna mostra a sua quantidade ou amplitude, os regentes dos termos da quarta e da décima casas e a Lua mostram a sua substância.

91. É mau quando o regente da pessoa doente está combusto e pior ainda se a Parte da Fortuna estiver desafortunada.

92. Saturno não aflige muito o doente quando está oriental, nem Marte quando está ocidental.

93. Nas perguntas, não dêem julgamento antes de considerar a Lua Nova seguinte, pois o início das coisas é alterado a cada conjunção, portanto considerem-nas conjuntamente e não errarão.

94. O lugar do céu em que o principal significador está colocado mostra a intenção do querente.

95. As imagens que surgem com os vários decanatos mostram a inclinação do nativo para a profissão que pratica.

96. As significações de um eclipse serão mais visíveis quando o eclipse se encontra perto de um ângulo; considerem também as estrelas em aspecto umas às outras, e não apenas os planetas, mas também as estrelas fixas, as constelações que ascendem juntamente com os signos, e de tudo isto enquadrem o vosso julgamento.

97. As coisas são subitamente levadas a efeito quando o regente da Lua Nova ou Cheia anteriores estiver angular na pergunta.

98. As estrelas cadentes e chamejantes, etc., têm uma força secundária sobre os assuntos comuns.

99. As estrelas cadentes e outras aparições desse tipo mostram grandes deslocações no ar e, se surgirem só de uma parte mostram que haverá igualmente grandes ventos produzidos a partir daquele quadrante; mas se forem levadas para várias partes, mostram escassez de águas, um ar perturbado e incursões de soldados.

100. Os cometas cuja distância do Sol é de onze signos, se aparecerem num ângulo, o rei ou um homem importante em algum reino morrerá; mas, se surgirem numa casa sucedente, os ajudantes dos príncipes dar-se-ão bem, mudando contudo algum reino de governador, mas se aparecerem numa casa cadente, seguem-se doenças e mortes súbitas; se andarem do Oeste para o Leste, um inimigo estrangeiro invadirá vários reinos; mas, se o cometa não se mover, os inimigos serão do mesmo reino, nele nascidos e criados.

Aqui terminam os Cem Aforismos de Ptolomeu

Centiloquium de Ptolomeu retirado do livro "Mikropanastron"

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Concordância de Hora & Questões Radicais


As opiniões contraditórias de Bonatus e Lilly

Compilado por Deborah Houlding

Tradução da versão inglesa por, Paulo Alexandre Silva

Este pequeno ensaio demonstra a contradição nas definições de ‘concordância de hora’ como explicado pelo astrólogo italiano do século XIII, Guido Bonatti, e pelo perito em horária do século XVII, William Lilly.

Em relação à concordância da hora planetária, o astrólogo de horária Inglês do século XVII William Lilly explica:

"Todos os antigos que escreveram sobre questões avisam o astrólogo que antes de dar o julgamento, deveria considerar se a figura é radical e capaz de julgamento. A questão será então considerada radical ou capaz de ser julgada, quando o regente da hora no momento da apresentação da questão, e do levantamento da figura, e o regente do ascendente ou da primeira casa são da mesma triplicidade, ou da mesma natureza".

Lilly então propõe uma demonstração, utilizando uma hora regida por Marte, para ilustrar o que ele quer dizer exatamente:

O regente da hora e o ascendente são da mesma triplicidade:

"Como, por exemplo: deixe o regente da hora ser Marte, deixe o signo de Escorpião, Caranguejo ou Peixes ascender, esta questão é então radical, porque Marte é o regente da hora e da triplicidade da água, ou dos signos Caranguejo, Escorpião ou Peixes".

De acordo com a técnica de Lilly, Marte é o principal regente da triplicidade da água, tanto de dia como de noite. Com as outras triplicidades, a regência modifica-se se o mapa for diurno ou noturno. Esta concordância só se aplica quando o planeta é o regente da triplicidade apropriada (para a triplicidade do fogo: o Sol num mapa diurno e Júpiter à noite).

Triplicidades - Humor - Regente Diurno - Regente Noturno

Fogo: Carneiro, Leão, Sagitário - Quente e Seco - Sol - Júpiter

Terra: Touro, Virgem, Capricórnio - Frio e Seco - Vênus - Lua

Ar: Gémeos, Balança, Aquário - Quente e Húmido - Saturno - Mercúrio

Água: Caranguejo, Escorpião, Peixes - Frio e Húmido - Marte Marte

O regente da hora é o regente do ascendente:

Marte concorda com Carneiro e Escorpião, porque rege ambos os signos.

O regente da hora possui a mesma natureza humoral que o ascendente:

Marte concorda com Carneiro, Leão e Sagitário, porque Marte é quente e seco em humor temporal, como são esses signos.

Planeta - Humor - Concorda com

Saturno - Frio e Seco - Terra

Júpiter - Quente e Húmido - Ar

Marte - Quente e Seco - Fogo

Sol - Quente e Seco - Fogo

Vênus - Frio e Húmido - Água

Mercúrio - Frio e Seco - Terra

Lua - Frio e Húmido - Água

Nota: estas qualidades estão algo simplificadas com a finalidade de clareza no entendimento. É mais correto pensar em Júpiter como ‘tépido e húmido’ em vez  de ‘quente  e húmido’, e Vénus como ‘fresca e húmida’ em vez de ‘fria e húmida’. Ambas, Vénus e Lua, embora geralmente classificadas como ‘frescas e húmidas’, são planetas temperados que se diz possuírem uma capacidade moderada de aquecimento. Nem o Sol  é  tão  destrutivamente quente e seco como é Marte. Mercúrio pode ser variável no seu humor, de acordo com a sua localização e relação para com outros planetas no mapa, mas inclina-se naturalmente para ser fresco e seco.

De acordo com a demonstração de Lilly, uma questão colocada na hora de Marte iria mostrar concordância de hora planetária para mapas que tenham Carneiro, Caranguejo, Leão, Escorpião, Sagitário ou Peixes no ascendente. Nunca seria possível encontrar concordância de hora planetária na hora de Marte quando Touro, Gémeos, Virgem, Balança, Capricórnio ou Aquário estão no ascendente.

A definição de Bonatti:

Muitas passagens na Astrologia Cristã exibem uma semelhança próxima aos capítulos dos textos do início do século XIII de Guido Bonatus, o qual Lilly reconheceu como uma das suas fontes. Mas note o que Bonatus tem para dizer sobre encontrar a concordância de hora planetária:

“A 143ª Consideração é que considere o modo de julgar, e através de que meios deve alcançar algum julgamento, para que possa examiná-lo e acertadamente analisá-lo, e de acordo com a forma que as estrelas lhe mostram a sua verdade a ser revelada. O método cuja consideração é esta, irá observá-lo de quatorze modos.

O primeiro modo é se o querente questiona devido a uma intenção ou não. Pois se o regente do ascendente e o regente da hora forem o mesmo, ou os signos nos quais estiverem os significadores anteriormente mencionados, forem da mesma triplicidade ou da mesma compleição, a questão irá ser proveniente de uma intenção. Se de facto assim não for, ou se o ascendente estiver no final de qualquer signo, a questão não irá ser proveniente de uma intenção, nem radical”.

Para esclarecer, as condições de acordo com Bonatus são:

O regente da hora é o regente do ascendente:

Isto é, Marte concorda com Carneiro e Escorpião.

O regente da hora e o regente do ascendente estão na mesma triplicidade:

Marte como regente da hora irá proporcionar concordância de hora planetária a qualquer signo no ascendente, sempre que ele e o regente do ascendente estejam ambos em signos da mesma triplicidade (fogo, ar, etc.). Por exemplo, Marte consegue encontrar concordância com Capricórnio a ascender quando Marte está em Escorpião e Saturno está em Peixes, pois o regente da hora e o regente do signo estão ambos em signos de água. Não existe nenhum signo que seja potencialmente incapaz de oferecer concordância planetária quando ascende numa hora regida por Marte.

O regente da hora e o ascendente concordam em compleição (humor):

 Isto é, Marte concorda com Carneiro e Escorpião.

Com a recente tradução do trabalho de Bonatti em inglês, somos capazes de esclarecer alguns dos princípios que são utilizados por Lilly. Contudo, nesta situação temos duas fontes tradicionais importantes que variam na sua descrição de uma das três condições pelas quais afirmam que a ‘concordância de hora’ é determinada. Não é claro se Lilly interpretou incorretamente a definição de Bonatti, ou se um ou ambos destes autores se referiam a outros textos que explicavam a concordância de triplicidades de forma diferente. Para responder a isso precisamos de localizar mais indícios provenientes de textos de horária anteriores que comentaram sobre este princípio. Por agora, eu pessoalmente aceito a concordância de hora se qualquer uma das qualificações apresentadas por Lilly ou Bonatus são reunidas. Isto aumenta o potencial de encontrar a concordância de hora planetária, mas na minha experiência um determinado relaxamento da regra como era previamente compreendida é necessário, para explicar os vários mapas que são claramente sinceros e radicais e que no entanto não revelam qualquer concordância de hora planetária. Se pretende considerar ambas como eu faço, as condições completas são como se segue:

  • O regente da hora é o regente do ascendente:

Isto é, o regente da hora rege o signo do ascendente.

  • O regente da hora e o regente do ascendente estão na mesma triplicidade:

Isto é, estão ambos em signos de ar, ou ambos em signos de fogo, etc.

  • O regente da hora e o ascendente são da mesma triplicidade:

Isto é, o regente da triplicidade concorda com os signos que rege de dia ou noite.

  • O regente da hora possui a mesma natureza humoral que o ascendente:

Isto é, planetas ‘quentes e secos’ concordam com signos ‘quentes e secos’, etc.

Por exemplo, os resultados para Marte e Vénus podem ser tabelados como se segue:

Hora      Concorda com:  Porquê?

Marte    Carneiro - Rege o signo e concorda em humor.

               Caranguejo - Rege a triplicidade.

               Leão - Concorda em humor.

               Escorpião - Rege o signo e a triplicidade.

               Sagitário - Concorda em humor.

               Peixes - Rege a triplicidade.

Qualquer ascendente quando o seu regente está na mesma triplicidade que Marte.

Hora      Concorda com:  Porquê?

Vênus    Touro - Rege o signo e a triplicidade de dia.

               Caranguejo - Concorda em humor.

               Virgem de dia - Rege a triplicidade.

               Balança - Rege o signo.

               Escorpião - Concorda em humor.

               Capricórnio de dia - Rege a triplicidade.

               Peixes - Concorda em humor.

Qualquer ascendente quando o seu regente está na mesma triplicidade que Vênus.


A Natividade de William Lilly


Sue Ward

Texto gentilmente cedido por Sue Ward
Traduzido por: Academia de Estudos Astrológicos

Durante muitos anos, a única cópia existente da natividade de William Lilly era a apresentada por John Gadbury na sua Collectio Geniturarum de 1662. Esta versão foi também usada no facsimile do livro Christian Astrology, publicado pela Regulus em 1985; uma vez que Gadbury odiava Lilly, parece estranho ter incluído este mapa no maior trabalho de Lilly. Sei que Olívia Barclay detestava a carta, mas ela queria que o facsimile fosse publicado e por isso não se opôs à sua inclusão. (Para que fique claro: foi ela quem deu início à recuperação da Tradição, ao permitir que se desmanchasse a sua cópia original do Christian Astrology para ser fotocopiada. Por muito que outros astrólogos de relevo tenham feito nesta área, mais tarde, ela foi a primeira, a mais ativa e a mais conhecida. Sei o porque estive lá, tendo sido uma das suas primeiras estudantes).

Cabe ao leitor decidir se importa ou não que a maioria dos astrólogos apenas conheça a versão “venenosa”, apresentada por Gadbury, do mapa de Lilly. Contudo, como sempre nos queixamos da falta de precisão dos dados, parece um pouco estranho ignorar o mapa que o próprio Lilly usava.

Este mapa já tinha sido publicado por mim no Astrological Association’s Journal, e apresentado numa palestra há pelo menos cinco anos, por isso não se pode dizer que tenha andado escondido.

Há diferenças importantes entre esta versão “autorizada” e a que foi publicada por Gadbury e pelo seu amigo Blackwell, especialmente no que diz respeito à posição da Lua e à de algumas cúspides. Como Lilly se deu ao trabalho de calcular algumas posições planetárias ao segundo, parece-me um pouco leviano dizer que as diferenças são pequenas e por isso triviais. Para quem não usa direções primárias como técnica preditiva em mapas natais, estas discrepâncias não têm grande significado, mas parece-me que seguir a Tradição e não usar as primárias é, de alguma forma, incoerente.

A carta aqui apresentada vem do MS Ashm. 394 (Manuscrito nº394 da Bodleian Library) e é referida pelo próprio Ashmole, como sendo uma cópia do mapa de Lilly. Esta é a carta correta, retificada e com as direções calculadas pelo próprio Lilly. Quem quer que deseje comentar sobre a vida de Lilly deveria ter como referência esta, e não outra qualquer cópia, a não ser por razões de comparação.

Dos manuscritos não publicados de Lilly:


Dos trabalhos publicados de Gadbury:




sexta-feira, 4 de junho de 2021

Os Fundamentos Clássicos da Antiscia & Contra-antiscia

Tradução da versão inglesa por,

Paulo Alexandre Silva, 

Roberta Ricciulli Leal

Um dos primeiros astrólogos que nos deixou um a demonstração detalhada de antiscia na prática foi o astrólogo romano Firmicus Maternus do 4º século, que dedicou várias páginas para a descrição dos seus e feitos no segundo livro do seu Matheseos Libri VIII. A técnica e a filosofia é evidentemente muito mais antiga e há boas razões para acreditar que foi introduzida numa fase muito anterior ao desenvolvimento do Zodíaco. Firmicus diz-nos que é Grega em sua origem e foi ensinada por Hipparchus no 2º século a.C. Referências às técnicas são encontradas nos textos astrológicos de Manilius, Ptolomeu, Dorotheus, Antiochus, Palchus, Paulus Alexandrinus, e muitos outros. A teoria subjacente à antiscia parece ter sido influenciada pela filosofia Pitagórica que reivindicou que toda a força no universo tem uma contra força de equilíbrio, a qual também coloca grande ênfase na importância simbólica dos números. Os Pitagóricos consideraram o número dez, o Decad, como o mais importante e perfeito de todos os números e as suas convicções eram que o universo consistia em dez esferas celestes. Junto com os sete planetas visíveis, a Terra e a esfera das estrelas fixas, os Pitagóricos mantiveram a presença d e uma ‘contra Terra’, um oposto paradoxal que equilibrou os movimentos da Terra e permaneceu invisivelmente localizado no lado oposto do Sol. Isto era conhecido como o 'antiscion' de anti-cthon que significa ‘terra oposta’. O termo Grego 'scia' significa sombra[5]. Em alguma data desconhecida a filosofia de ‘sombras opostas’ ou ‘graus refletivos’ estava incorporada na astrologia na convicção que cada grau do Zodíaco te m o seu próprio contra grau, refletindo a sua distância a partir do eixo do solstício no lado oposto do mapa. O eixo do solstício vai de 0° de Caranguejo a 0° de Capricórnio; assim, um planeta a 20° de Sagitário lançará o seu antiscion a 10° de Capricórnio, ambos os planetas estando a uma distância igual a partir do ponto do solstício do Sol a 0° de Capricórnio.

[5] Antiscia é plural; o singular é antiscion (grego) ou antiscium (latim).

Reflexos das Antiscia: imagine que o mapa está dobrado na metade ao longo do eixo do solstício – os planetas ligados pelas antiscia cairão um sobre o outro. Por exemplo, 15° de Caranguejo terá seu grau contrário a 15° de Gémeos; 3° de Touro o terá a 27° de Leão. Além das experiências comuns destes graus acima descritos, o relacionamento de dois planetas conectados desta forma recebem uma potência extra, pelo facto do seu ponto médio cair sobre um grau do solstício. 

Manilius descreve este esquema em Astronomica, onde declara que os signos que se opõem um ao outro no eixo do solstício são capazes de se “verem” um ao outro – sua terminologia derivou do fato de que ambos nascerão e se porão na mesma parte do horizonte. Entretanto, a descrição de Manilius difere da de Firmicus, porque ele usa o meio de Caranguejo e Capricórnio como seus pontos de referência, ligando o signo de Gémeos a Leão, Touro a Virgem, Carneiro a Balança, Peixes a Escorpião e Aquário a Sagitário. A explicação óbvia para esta mudança de referência é que o uso das antiscia como uma técnica astrológica tem uma história muito longa, tendo a sua origem no tempo em que os 15° de Carneiro marcava o Equinócio Vernal, e os graus do meio de Caranguejo e Capricórnio correspondiam aos solstícios. O esquema de Manilius é certamente o mesmo de Firmicus, porque ambos criaram uma associação entre os períodos iguais do nascer e pôr-do-sol. Manilius denomina-os de signos que se confrontam, e diz que eles apreciam um ‘princípio de semelhança’ porque o dia é nivelado com a noite em cada um.


O esquema como descrito por Manilius. Este eixo do solstício estava bastante desatualizado na sua época, revelando que Manilius o retirou de fontes muito mais antigas. 

Ptolomeu também descreve este esquema, onde ele diz que ‘os signos que se contemplam um ao outro’ são também signos de igual poder, desde que igualmente distantes dos trópicos. Ele explica que eles se ‘contemplam’ mutuamente em parte porque eles nascem e se põem na mesma parte do horizonte, e em parte porque: “…quando o Sol entra em qualquer um deles, os dias são iguais aos dias, as noites às noites, e a duração das suas próprias horas é a mesma”. 

Naturalmente, uma vez que os solstícios representam os pontos sobre a eclíptica onde o Sol alcança a máxima declinação Norte (a 0° de Caranguejo) e Sul (a 0° de Capricórnio), a sua declinação é paralela nos graus que são igualmente distantes em ambos os lados (veja o diagrama abaixo).


Declinação: A distância norte ou sul do equador de um planeta. 

Latitude Celestial: A distância norte ou sul da eclíptica de um planeta. 

A Eclíptica (trajeto do Sol) atravessa o equador a 0º de Carneiro e Balança, dando ao Sol 0º de declinação nestes pontos. 

Isto não significa, naturalmente, que dois planetas ligados entre si por um relacionamento de antiscion irão partilhar o mesmo grau de declinação, como só o ciclo solar é restringido à eclíptica não pode ter latitude. Contudo, alguns autores modernos têm admitido que Ptolomeu estava descrevendo nesta passagem um relacionamento dependente de dois planetas que têm o mesmo grau de declinação, e eles, dessa forma, usam o termo ‘antiscia’ para se referirem a isto. O que é bem diferente do conceito tradicional de antiscia. Muitos têm sido influenciados pelo verbete ‘antiscion’ de Nicholas de Vore, em sua Enciclopédia de Astrologia (1947), onde ele declara (incorretamente) que o reflexo ao longo do eixo do solstício é uma aplicação moderna, como a usada na ‘Astrologia Uraniana’, mas que a definição original por Ptolomeu “...é aplicada p ara dois planetas que têm a mesma declinação no m esmo lado do equador. Um na mesma declinação no lado oposto era designado um contra antiscion”. 

Aqui, De Vore interpretou Ptolomeu de modo incorreto, e referências a outros autores antigos varrem quaisquer dúvidas que o reflexo através do eixo do solstício é a base original e tradicional da técnica. Quando olhamos bem de perto o que Ptolomeu escreveu podemos ver que a afirmação de De Vore não é o ponto que Ptolomeu estava fazendo, em absoluto; nem Ptolomeu, na verdade, usou o termo antiscion, embora ele reconhecesse claramente que a relação dos signos que se ‘veem um ao outro’ era baseada em uma distância mútua do eixo do solstício. Firmicus, ao mover o ponto d e referência para o reflexo do antiscion de 15° dos signos tropicais para 0°, estava meramente corrigindo o erro que se tinha acumulado com o movimento do ponto vernal – um problema que a implantação do Zodíaco tropical erradicou. 

Firmicus escreveu a respeito das antiscia,

“Deste modo, Gémeos e Caranguejo enviam antiscia um ao outro. Pois um grau, qualquer que seja o grau de que recebe um antiscion, envia um antiscion para aquele grau. Assim Touro e Leão enviam um antiscion um contra o outro, assim Virgem e Carneiro, Balança e Peixes, Escorpião e Aquário, Sagitário e Capricórnio”. 

Firmicus prossegue para sugerir, que quando os planetas não se aspectam entre si, deveríamos considerar se eles estão unidos pela relação de antiscia: 

“…Pois, quando eles enviam um antiscion de uma tal forma que eles estão em aspecto através do antiscion, em trígono, quadratura, sextil ou oposição, eles auguram tal e qual como se estivessem assim colocados na disposição normal…”. 

Como prova da efetividade das antiscia, Firmicus oferece detalhes de um mapa no qual ele diz poder ser plenamente compreendido apenas por referência às suas influências. Sabendo que a identidade do homem por detrás do mapa é bem conhecida do seu patrono, ele o deixou anónimo no livro – um desafio por demais tentador para os estudantes clássicos que têm usado esses factos fornecidos em sua descrição para concluir que este era o mapa de Ceionius Rufius Albinus, um famoso escritor em lógica, geometria, história e poesia, e chefe de prefeitura da cidade de Roma de 30 de Dezembro de 335 d.C., até ser enviado para o exílio em 10 de Março de 337. Firmicus registou que o pai de Rufius Albinus, após duas funções sucessivas como cônsul, tornou-se um ‘exilado escandaloso’, o mesmo sucedeu ao seu filho pelo crime de adultério, embora mais tarde ele tenha regressado às suas funções. Ele argumenta que os detalhes da queda do pai de Rufius Albinus, o exílio, e as constantes conspirações contra ele apenas são revelados se voltarmos as nossas atenções para a teoria das antiscia.

Firmicus não fornece nenhuma posição dos graus, mas entre muitos dos pontos que ele faz em relação aos efeitos debilitantes das ligações das antiscia no mapa, ele a firma que a Lua está posicionada em Caranguejo, o Ascendente em Escorpião e Marte em Aquário. Apenas por aspecto não haveria nenhuma relação reconhecida entre a Lua e o Marte, por que seus signos estão inconjuntos. Contudo, o antiscion da Lua em Caranguejo cai em Gémeos, o qual aspecta Marte por trígono. O antiscion de Marte em Aquário cai em Escorpião, no Ascendente e, então, em trígono com a Lua. Firmicus viu este relacionamento entre Mar te e Lua como indicador de problemas e disputas:

“E assim a Lua Crescente, atacada por todos os lados pelas várias influências de Marte, tornou este homem, fisicamente enfraquecido, finalmente num exilado”.


Geralmente é dito que as antiscia expressam uma simpática relação, mas Firmicus demonstra que se elas se ligam a um planeta maléfico ou desafortunado, elas podem ser prejudiciais. 

Um método semelhante de averiguar familiaridade é considerar planetas igualmente colocados a partir dos equinócios. É dito que estes são de uma natureza semelhante, porque – nas palavras de Ptolomeu – “…eles ascendem em períodos de tempo iguais e estão em paralelos iguais”. Ptolomeu também diz a respeito destes, que os signos de Carneiro a Virgem são chamados Comandantes (porque o Sol torna o dia mais longo quando nestes signos), e os signos de Balança a Peixes são chamados Obedientes (porque quando o Sol se move através deles o dia é mais curto que a noite). Um planeta num signo comandante é assim considerado capaz de exercer um efeito dominante sobre o planeta na posição obediente. 

Manilius e outros autores antigos designaram tais signos de audentia ‘signos que se ouvem uns aos outros’. William Lilly refere-se a signos que são ‘comandantes e obedientes’ na página 92 da Astrologia Cristã, mas não fornece uma descrição dos seus significados. O astrólogo Grego Paulus Alexandrinus percebeu que os signos que se ‘ouvem uns aos outros’ se dispõem bem a uma fuga de fugitivos, para o exterior, e para acusações, sugerindo que há algum elemento de desarmonia atribuído ao seu significado. 

Pode parecer que esta técnica caiu em descrédito na tradição posterior, mas de facto ela nos dá as contra-antiscia, as quais Lilly nos diz para encontrarmos olhando simplesmente para o ponto oposto ao antiscion. Isto é correto porque o reflexo de um grau pelo eixo equinocial encontra-se oposto àquele que reflete ao longo do eixo tropical. O diagrama abaixo demonstra isso.


As linhas verticais mostram os ‘signos que ouvem uns aos outros’, e inseri no diagrama as posições da Lua e de Marte do exemplo de Firmicus, com as suas antiscia (A) marcadas em azul, e as contra-antiscia (CA) marcadas em vermelho. Note como as contra-antiscia, enquanto opostas às antiscia, também caem diretamente no relacionamento designado pela noção clássica de signos ‘audentia’.

Podemos ver novamente porque Nicholas de Vore e os subsequentes astrólogos modernos têm erroneamente definido as contra-antiscia como um relacionamento entre dois planetas “na mesma declinação no outro lado [do equador]” – é porque esta definição se aplicará ao Sol e à posição na qual estará quando atingir a sua própria posição de contra-antiscion; mas isto apenas se aplica ao Sol. As contra-antiscia associam planetas a uma distância igual dos equinócios, como por exemplo, 15º de Peixes corresponderá a 15º de Carneiro. Em tais pontos o Sol tem tanta declinação sul do equador a um ponto, como tem ao norte do equador a outro. Isso traz a similaridade dos tempos de ascensão que Ptolomeu considera relevante. Mas esta definição não é válida para os planetas, os quais, naturalmente, podem permanecer nos pontos das contra-antiscia, enquanto estão em níveis variados de declinação ou latitude celestial. 

Em astrologia tradicional, a conjunção por latitude celestial (a qual ocorre quando dois planetas estão no mesmo hemisfério e igualmente colocados a norte ou sul da eclíptica) é importante; mas não fazia parte da técnica de antiscia, e não deveria ser confundida com os modernos ‘paralelos de declinação’, que, ao contrário, são medidos a partir do equador. Para os antigos astrólogos, a direção e latitude de um planeta era muito significativa, usada para revelar muito a respeito da força e fortaleza de um planeta. A melhor posição planetária é estar no hemisfério norte, ascendendo em latitude; a pior no sul, descendendo. Esta consideração é especialmente relevante para a Lua, que é mais afortunada quando está no norte, ascendendo, e ao mesmo tempo aumentando em luz. 

O antiscion nos dá, ao invés, uma noção de ‘semelhança’ baseada na similaridade do grau do Zodíaco, relacionando os tempos de ascensão e igualdade dos dias e noites. A contra-antiscia é baseada e m um reflexo inverso porque os dias de um são refletidos pelas noites do outro. Com o antiscion, um fator mais imediatamente equivalente está envolvido; com o contra-antiscion é um princípio oposto, assim o relacionamento é mais difícil, ou antipático. Estes princípios filosóficos concordam com as apreciações de William Lilly

“…e tal como há antiscia, as quais sendo de bons planetas consideramos iguais a sextis ou trígonos, também há contra-antiscia, as quais consideramos como sendo da natureza de uma quadratura ou oposição”. 

Lilly não deixou nenhuma evidência do uso de aspectos de ou para as antiscia. Ou seja, ele usa as antiscia onde elas caem diretamente sobre um planeta ou cúspide de casa, mas não onde elas caem sobre o trígono ou quadratura de um planeta ou cúspide, como fez Firmicus. (Exceto a oposição, naturalmente, a qual revela o contra-antiscion). 

A partir das referências que encontramos em Astrologia Cristã, podemos ver que ele exigiu uma correspondência exata ou uma orbe muito próxima e tomou os contatos das antiscia com planetas favoráveis como um apoio, mas contatos com planetas impedidos como destrutivos, com os contatos de contra-antiscia a serem julgados menos úteis. Por exemplo, a conjunção da Lua com o antiscion do Regente do Ascendente é um fator promissor em assuntos de vida ou morte, mas a conjunção do regente do ascendente com o antiscion do Regente da oitava casa favorece a morte, como faz a conjunção do Sol com o antiscion de um planeta maligno.

Texto gentilmente cedido por Deborah Houlding

Skyscript Astrology Pages



domingo, 18 de abril de 2021

Quadruplicidades

 


A Astrologia, além de identificar os signos através dos elementos da natureza; fogo, terra, ar e água, também divide os signos em outra disposição, que chamamos de “ritmo”. Essas disposições são determinadas pelo próprio traçado geométrico do Zodíaco, e chamamos de “triplicidades” a divisão por elemento, e “quadruplicidade”, a divisão por ritmo.

*

Existem três quadruplicidades e são divididas nos ritmos: cardinal, fixo e mutável e cada um dos doze signos possui um desses ritmos. Temos nas quadruplicidades a referência e identificação dos tipos básicos de atividades dos signos. Os ritmos são divididos em grupos de quatro signos para cada ritmo. Além de identificar o tipo de atividade eles nos indicam também a capacidade de adaptação às circunstâncias.

As qualidades (ou Ritmo) estão associadas ao início, meio e fim de cada estação do ano.

AS TRÊS QUADRUPLICIDADES

As manifestações rítmicas determinam as seguintes características:

CARDEAL (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio)

Esta qualidade representa o início de cada estação.

Os signos de Modo Cardinal correspondem à entrada nas Estações do Ano. E são eles Carneiro, Caranguejo, Balança e Capricórnio.

SIGNOS CARDINAIS são os das Casas ANGULARES

O início, a cruz cardinal (RELACIONAMENTO e INDEPENDÊNCIA) e a disponibilidade.

Os signos cardinais se caracterizam pela ação, a impressão de uma nova atitude e de um novo movimento, buscando um desafio. São signos com mais iniciativa que os demais. O Asc., Desc., MC e FC são pontos cardinais e signos cardinais são aqueles que dão impulso, começo, iniciativa, criatividade, projeto, ideia, origem às coisas, conferem atividade, energia, coragem, audácia, rapidez, espírito de pioneirismo, ambição, ardor, autenticidade, senso de direção e de prioridade. Mas também conferem irreflexão, despotismo, dispersão e orgulho. São eles um signo de cada elemento: Áries (fogo), Câncer (água), Libra (ar) e Capricórnio (terra).

1. Cardinal: signos de Áries, Câncer, Libra e Capricórnio

Representação.

A energia cardinal simboliza começos, tal como a entrada de cada estação; E os signos cardinais também se apresentam assim. Seja o impulso de Carneiro, a associação de Caranguejo à fecundidade e maternidade, de Balança às relações ou de Capricórnio à vida social e à responsabilidade da carreira.

Por isso esses signos representam ambição, espírito empreendedor, pioneirismo, iniciativa e a vontade de buscar aquilo que se quer. Podem também ser apressados, imprudentes e dominadores. Esta qualidade representa a energia necessária para começarmos algo. A expressão: “se não tem tu, vai tu mesmo”, explica bem o que ela significa. Ela não espera. Faz acontecer, abrindo o seu próprio caminho.

Na energia ou expressão Cardinal existe uma tônica de Ação. De início e libertação da energia, é assim que esta vai operar.

CARDINAL

Pessoas com forte ênfase em signos Cardinais podem ter facilidade em iniciar projetos, é uma qualidade direcionada, de movimento.

A pessoa que nasce com a maioria dos planetas em signos cardinais tende a ser uma pessoa espontânea, que não descansa, age depressa e está sempre ansiosa para mudar de atividade. Tem facilidade para tirar vantagens das situações. Tem habilidades naturais para o comando e faz com que as coisas aconteçam. É uma organizadora.

Já as pessoas muito ligadas a ela podem ser muito ambiciosas. Estão sempre apressadas, fazendo um monte de coisas, mas não tendo tempo para aproveitar a vida. Também podem ter dificuldade de terminar o que começam.

A falta deste modo num mapa natal pode originar alguma ausência de iniciativa e um certo desânimo em alcançar em objetivos e manter as coisas em andamento. As pessoas pouco ligadas a esta qualidade, podem ser muito paradas, do tipo que gostam de empurrar os seus problemas para os outros. Se contentam com pouco, porque não gostam de esquentar a cabeça.

A pessoa sem planetas nos signos cardinais tem dificuldade em tirar vantagem das oportunidades ou não consegue perceber oportunidades.

FIXO (Touro, Leão, Escorpião e Aquário)

Esta qualidade representa o meio das estações.

SIGNOS FIXOS são os das Casas SUCEDENTES.

O meio, a cruz fixa (POSSE e PODER) e a entrega.

Os signos fixos se caracterizam pela preservação de sua atitude e de seu movimento inicial. São signos com mais convicção que os demais. São aqueles que são estáveis, que dão maior densidade à matéria, que conseguem as coisas devagar, que vão até o fim, que tem os pés no chão, conferem afirmação, lealdade, confiabilidade, prestígio, posição, bens, resolução, concretização, realização, concentração, reflexão e constância; mas também frieza, obstinação, teimosia, egoísmo, lentidão e apatia. São eles: Touro (terra), Leão (fogo), Escorpião (água) e Aquário (ar).

Quando o trabalho correspondente a estação correspondente está estabilizado, por isso representa lealdade, obstinação, determinação, força, constância, estabilidade, capacidade de se concentrar. Ela representa as qualidades necessárias para estabilizar, tudo o que começamos, a frase: “o apressado come cru”, nos dá uma ideia, do que esta qualidade age, ela vai com calma e lentamente vai conseguindo o que quer. Ela também busca a segurança. As pessoas pouco ligadas a ela podem ter grandes ideias, serem inteligentes e criativas, terem muita iniciativa, mas podem não concretizar, o que começam, ou alguém tem que terminar por elas. Já as pessoas muito apegadas a ela, são teimosas, egoístas e sofrem muito com as mudanças. Elas também se não forem ensinadas desde pequenos, a se porem em movimento através dos esportes ou realizando pequenas tarefas, podem se tornar mais preguiçosas, que as pessoas das outras qualidades, que tiveram a mesma falha na sua criação.

2. Fixa: signos de Touro, Leão, Escorpião e Aquário

Representa fixação.

São signos de reservas de energia, de acumulação, de "teimosia", de solidez, mas também de estruturação e consolidação de valores, da personalidade, de emoções ou de ideias.

Na energia ou expressão Fixa existe uma tônica de Concentração. É um modo que vai operar no sentido de manter a forma, de manter as reservas de energia, numa perspectiva interiorizada.

FIXA

Pessoas com forte ênfase em signos Fixos podem ter uma grande capacidade de concentração, serem "resistentes" e obstinados naquilo a que se propõem.

A pessoa que nasce com a maioria dos planetas em signos fixos tende a ser persistente, estável e se fixa em ideias ou atividades. Em geral, não gosta muito de mudanças.

A falta deste modo num mapa natal pode, por sua vez, originar alguma instabilidade e também incapacidade em fixar metas e propósitos, com uma certa tendência à dispersão.

Quando não possui planetas em signos fixos, a pessoa não consegue se fixar ou fazer planos a longo prazo e tem dificuldades de atingir objetivos. A vida é bastante errática.

MUTÁVEL (Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes)

Esta qualidade representa o fim de cada estação.

Os signos de Modo Mutável correspondem ao final das Estações do Ano. E são eles Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes. As casas relacionadas com os signos CARDEAIS são chamadas de CASAS ANGULARES.

SIGNOS MUTÁVEIS são os das Casas CADENTES

O fim, a cruz mutável (CONHECIMENTO e FINALIDADE) e o significado.

Já os signos mutáveis se caracterizam pela adaptabilidade. São signos mais flexíveis que os demais. São os signos elementos de transformação, transmutação, alteração, mudanças, sabedoria, entendimento, que dão ritmo as coisas, que tem um envolvimento com o próximo, confere também sensibilidade, flexibilidade, versatilidade, mutabilidade, percepção e adaptação. São os signos do doar-se, submeter-se, do ser usado e servir ao próximo. Mas também inconstância, inércia e depressão. São eles: Gêmeos (ar), Virgem (terra), Sagitário (fogo) e Peixes (água).

3. Mutável: signos de Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes

 Representa mutabilidade

Quando é necessária uma adaptação da estação, que está terminando para a que está começando. O momento em que é preciso fazer a transição para a qualidade seguinte e para um novo ciclo. São signos adaptáveis, de uma certa dualidade, em que foi preciso compreender o ciclo que terminou para se iniciar o seguinte. Curiosamente são signos cujas figuras representam alguma dualidade.

Por isso ela representa adaptabilidade, flexibilidade, versatilidade, engenhosidade. A expressão: “na vida você tem, que aprender a se dobrar, senão você se quebra” é a essência do que essa qualidade representa. É graças a ela que nós conseguimos nos adaptar a mudanças na vida. Ela nos diz quando é a hora de ir a luta e começar (cardeal), e quando é hora de ficar (fixo).

As pessoas pouco afeitas a esta mutabilidade, tendem a percorrer uma só direção, uma só linha de comportamento, sem perceberem quando é a hora mais apropriada para mudar de rumo, podendo ser ou muito independentes (cardeal), ou teimosos (fixo).

Já pessoas muito ligadas a ela podem ser indecisas, incapazes de decidir um rumo para as suas vidas.

Podem ser muitos dependentes dos outros, inconstantes e irresponsáveis. Tendem a ser mentirosos e nos casos mais drásticos, podem se tornar criminosos (principalmente trambiqueiros), porque os valores morais, podem ser fracos (adaptáveis).

Os signos mutáveis também são chamados de signos comuns.

Na energia ou expressão mutável existe uma tônica de Síntese. É a integração dos dois modos que o precederam, para se fazer então a passagem para um novo ciclo. Daí operar a um nível de aprendizagem e compreensão.

MUTÁVEL

Pessoas com forte ênfase em signos Mutáveis podem ter uma grande capacidade em se adaptarem às circunstâncias, em assimilarem os processos e se necessário transformá-los.

A pessoa que nasce com a maioria dos planetas em signos mutáveis tende a ter muita capacidade de adaptação e ajustes na vida e está em constante mudança.

A falta deste modo num mapa natal pode, no entanto, mostrar pessoas que têm dificuldades em serem flexíveis. Pode existir, de algum modo, uma certa dificuldade de adaptação e compreensão.

Quando o nativo não possui planetas em signo mutável, há muita dificuldade em fazer qualquer tipo de mudança por menor que seja, ou de fazer ajustes. É uma pessoa inflexível e de idéia fixa.